sábado, 26 de dezembro de 2009

E acaba mais um ano...

Tirei alguma coisa do lugar. Coloquei num lugar alheio, e estou esperando ver se gosto. Parece estranho, e me causa algum desconforto.
Mudei alguma coisa de lugar. É quase o lugar certo, estou quase decidida de onde vou deixar. Parece estranho, mas talvez não seja tão ruim assim.
Troquei uma coisa pela outra. O lugar pelo menos está ocupado, acho que é assim que tem que ser, mesmo. Parece estranho, mas parece certo.

É um pouco apertado e desconfortável aqui, falta ar, falta luz, e faz frio. Mas quando entra um pouco de sol pela frestinha, é o melhor lugar do mundo.

Quem vive um drama como eu talvez saiba o que estou dizendo.
Quem vive num conto de fadas como eu talvez saiba o que estou dizendo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Às vezes eu não queria ser assim. Não queria pensar o tempo todo que preciso de alguém que me trate, que abra minha cabeça e me diga quem eu sou, o que eu devo fazer.

Não queria derramar todas as lágrimas que eu derramo, nem falar todas as mentiras que eu falo, por mais que quando eu diga, elas me pareçam verdade.

Não queria me encolher no chão, ou bater a cabeça na cama. Não queria jogar tudo pro ar, não queria olhar pra bagunça que eu faço.

Parece mesmo que tenho um parafuso a menos. Tenho medo. Medo que o poço se torne mais fundo, medo que o fundo fique mais raso, medo que o gole seja maior, e que o corte seja profundo.

Nunca sei o que realmente quero ver, ou o que vejo. Meus parâmetros mudam demais, minhas coisas mudam demais. É tudo demais.

Nem sempre sei se meu passado educou bem ou mal, só sei que não sou mais a mesma, e sei que nunca mudei.

Não se sinta mal por não entender, eu juro que também não entendo. E me desculpa se às vezes eu quero ir embora.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Estrela cadente

O que são amigos senão desconhecidos que deram sorte de se conhecer bem? Esse homem e essa menina se conheceram um dia, um dia que ele estava muito bêbado para lembrar, e ela muito sóbria pra gostar dele.

Algum tempo depois, se conheceram de novo, e dessa vez, gostaram um do outro, e lembraram de conversar e dar algumas risadas a próxima vez que se viram.

Continuaram se vendo, pouco. Não eram muito amigos, eram bons conhecidos. Conversavam até que bastante, mas quase nunca tinham o prazer de se encontrar.

Até que uma noite dessas escuras e cheias de estrelas, eles se encontraram na casa de uma amiga. Tudo o que os três tinham era um livrinho de palavras cruzadas, mas acredito que nunca se divertiram tanto, com tão pouco. As horas passavam rápido demais para tudo o que eles ainda tinham pra viver aquela noite. O sono e o cansaço permitiram que, pela primeira vez, aqueles dois ficassem sozinhos. E ficaram acordados a noite toda, deitados na cama, lado a lado, com a luz apagada, contando a história de um certo homenzinho muito, muito pequeno. E assim passaram a madrugada, rindo, inventando histórias, fazendo jogos de perguntas, contando alguns dos maiores segredos de suas vidas, dividindo muitas das sensações e sentimentos que tiveram antes daquele momento.

O dia amanheceu, e tiveram que se encarar novamente. Não foi fácil fitar o rosto de quem, agora, sabia tanto sobre você. Mas fitaram os rostos um do outro, esconderam risadas e foram pra casa, cansados, com uma madrugada inesperada e cheia de segredos na memória.

Nos dias seguintes perceberam que se tornaram amigos de verdade. Se gostavam muito, e se conheciam bem. Imaginaram então que naquela noite, enquanto dividiam tudo de si, uma estrela cadente cruzou o céu, e fez com que se aproximassem tanto, tanto, que seus destinos acabaram selados, e a magia só se acabaria quando terminassem o que haviam começado naquela noite.

Dali em diante suas vidas pareceram correr em paralelo: o que acontecia pra um, acontecia pra outro. Era divertido, era único, era a prova de que aquela noite tinha valido a pena.

Até que um dia foram juntos ao teatro, e depois caminharam na Paulista, e se sentaram em frente à uma fonte. Sentaram perto para se proteger do vento, e começaram a imaginar e dividir ainda mais coisas, como sempre faziam.

Foi naquele fim de tarde, quase noite, que terminaram o que havia começado naquela madrugada. Aconteceu o que haviam previsto, suas vidas não eram mais a mesma. Mas, seria muito triste dizer que seus destinos haviam finalmente se separado... O mais adequado seria dizer que se tornaram dois dos melhores amigos que se pode encontrar, com os destinos ainda mais unidos, se é que se pode imaginar.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Goodnight, travel well

Abro os olhos, a porta do armário ainda está aberta. Tudo o que resta no cabide é o casaco que vou usar para ir à estação.
Não sei que horas são, mas o quarto ainda não se iluminou com a luz do sol. Deve ser cedo, bem cedo. Talvez ainda esteja de madrugada, não sei quanto durmi. Sento-me na cama devagar, apóio bem os pés no chão gelado, ergo a cabeça e respiro fundo. Olho para trás, e por alguns segundos fito o rosto que ainda dorme. Invejo sua tranquilidade. Volto a olhar para o chão, me levanto devagar, mas ainda assim sinto a cabeça girar.
Tento, em vão, desamassar a camisa. Dobro a barra da calça, estico as meias e calço o tênis. Caminho em direção ao armário e tiro o casaco do cabide com pesar. Reluto em vesti-lo, e opto por fazer isso quando já estiver fora de casa, como se fosse deixar tudo mais fácil.
Saio do quarto, fecho a porta com cuidado. Abro de novo, olho pro homem deitado na cama, me despedindo. Queria que as coisas fossem mais simples. Fecho a porta novamente, dessa vez, sem cuidado algum. Fico ali por alguns segundos, com alguma esperança que ainda haja tempo de voltar atrás.
Nada acontece. Desco as escadas, pego a mala, saio de casa. Na calçada visto o casaco e começo a andar até encontrar um táxi.
O táxi me deixa na porta da estação de trem, que está envolvida com a neblina da madrugada. Entro e vou direto ao guichê, vazio. Espero alguns minutos e compro minha passagem: primeira classe, para tentar fazer da despedida algo menos doloroso. Compro um café e me sento em uma das cadeiras de madeira envernizada que ocupam o grande salão de entrada. Ainda tenho uma hora antes de embarcar.
Não tenho nada para fazer, e aos poucos minha visão se subistitue pelas imagens das boas lembranças dos últimos meses. Isso me entristece, decido deixar as lembranças de lado. É impossível. Eu só queria que as coisas simplesmente dessem certo.
Como os dias felizes se transformam em dolorosas lembranças com tanta facilidade? Ontem eu ainda faria qualquer coisa para que o plano fosse perfeito. E, de repente, decidimos que o melhor seria eu voltar para casa, e deixar que os sonhos se transformassem numa aventura. Nao queria ter nos deixado escorrer por entre os dedos com essa facilidade, mas parece que continuar tentando seria estupidez.
Olho para o relógio da estação, está na hora. Vou com calma até o lixo me livrar do copo de café vazio, com ainda mais calma caminho em direção à plataforma. Se o trem partir sem mim, desisto de ir embora.
Embarco, encontro minha cabine e me sento. O trem vai partir, guardo minha bagagem. Tento encontrar uma boa posição para ficar, mas nada é confortável. Eu sinto falta de ter que dividir uma cama pequena, aqui tem espaço demais pra mim. Péssima a escolha que fiz, mas acho que não tem jeito nenhum de fazer eu me sentir melhor.
Levanto, saio, fecho a porta da cabine. Entro no vagão-restaurante sentindo pena ne mim mesma. Sento. Apóio a cabeça na mesa e olho as árvores passarem pela janela. Talvez essa não seja a coisa certa a fazer. Fico tentando imaginar como seria a vida se eu ficasse, como vai ser agora que eu parti, porque a decisão certa parece estar errada agora.
Tenho sede, peço uma água, jogo no copo cheio de gelo e fico brincando com as pedrinhas que flutuam. Um gole e apóio a cabeça no vidro. A paisagem muda, grandes campos de mato, só mato por todos os lados. Mais um gole, mais água no copo e coloco a cabeça e volta na janela.
O céu começa a clarear, o alaranjado mostra que já vai amanhecer. O sol surge no horizonte. Olho para ele sentindo algum conforto. Estou sozinha para assistir ao triste espetáculo, fecho os olhos pra preservar a visão. Eu devia me arrepender. Eu não me arrependo.

domingo, 2 de agosto de 2009

É...

sabe,
ontem eu ia te ligar logo antes de dormir.
Ontem eu te liguei logo antes de dormir, sorte sua que seu celular estava sem sinal.
Ontem, às 02:20 da manhã, eu te liguei, logo antes de dormir. Sorte que seu celular estava sem sinal.

Queria falar com você, ouvir sua voz mais uma vez no dia. Desejar boa noite.
Na verdade, eu queria que você estivesse aqui, mas isso era impossível, então me contentei com um telefonema.

Ontem, às 02:20 da manhã, eu te liguei, logo antes de dormir. Pena que seu celular estava sem sinal.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

01:03

De que vale um exemplo?
De que vale uma casa?
De que vale tradição?


Faça a si mesmo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Angústia

Estranho isso, estranho como dói esperar por algo bom.

Talvez seja a certeza.

Saber que amanhã vai dar tudo certo, tudo vai ter solução. É só fechar os olhos e dormir, que na manhã seguinte não há mais nada com o que se preocupar.
Mas o sono não chega, as cobertas nunca ficam confortáveis, o travesseiro já não é mais tão macio, os olhos se abrem... assim começa a madrugada interminável.

O pior é que as horas passam, o sol está cada vez mais perto de reaparecer no horizonte, mas ainda assim, parece que a noite está estática. Parece que o vento não sopra. Parece castigo.

Quando o cansaço fica maior que a ansiedade, os olhos começam a piscar, cada vez demora mais para se abrirem de novo e voltarem a olhar a escuridão do quarto. Nesse momento os sonhos começam, e logo depois os pesadelos, o medo da certeza não ser tão certa assim. Semicerrados e então, abertos.

Por todas as paredes, lembranças. A cabeça não pára de pensar, e a madrugada só se estende ainda mais.

Fica tão longa que parece matar aos poucos, matar de saudade, de ansiedade. De medo que a manhã nunca chegue.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

As coisas estão mudando

Faz tempo que quero escrever, mas não escrevi.
É que só tenho uma coisa pra dizer, e não quero que leiam... essa é a verdade.

Há pouco tempo atrás eu dizia "as coisas estão mudando, e um pouco rápido demais".
Mas hoje só posso agradecer por todas as guinadas que a vida deu nessas últimas semanas.

Agora é hora de controlar e conciliar tudo. Aprender a viver com e sem o novo.
E claro, encontrar o ônibus de volta pra casa antes que a semana acabe.

Mas, felicidade é o que não falta.

faleitudoenãofaleinada

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

♀♫♪♥

Um dia você escolhe um instrumento.
Aí você aprende uma música.
Depois, arranja uma banda.
E a banda se transforma numa amizade.
É aí que você descobre que se casou com quatro pessoas, e nem sabia.
Ensaios, playlist, crescimento musical... tudo tem uma certa dificuldade que não tinha antes.
Mas, quem se importa? Não tem nada melhor que a banda.
É a banda que faz das sextas de ensaio o melhor dia da semana, e que faz até mesmo a música chata daquele artista que você não gostava, ficar legal. Nem você acredita em como se empolga tocando.
A banda que te leva pro palco, e desce contigo, e te abraça depois de um grande feito.
A banda que te alivia de qualquer coisa, que te arranca boas risadas, e que ri quando você cai no estúdio.
A banda que tem seus defeitos, mas que não se iguala a nenhuma outra.
E aí vem os chatos... Aqueles que criticam, e que reclamam do tempo que estão levando pra serem mais independentes. É, aqueles que não levam em conta tudo o que você leva, e que ouvem um sermão cada vez que ousam tocar no assunto. Mas, que ainda assim, têm sua importância.
A banda que você defende com garras e dentes, pela qual você põe a mão no fogo, por ela se briga com qualquer caminhoneiro de restaurante de estrada que pensar em falar mal.
A banda que enfrenta as dificuldades, que toca nas audições, que tem medo de barata, que fofoca mais do que toca, e como se não fosse suficiente, fofoca nas reuniões, e ainda não satisfeita, fala mal de um ou outro que tá incomodando.
A banda que você nem sabia que queria, mas que é o seu maior sonho.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

2008-2009

Terça-feira: 01:58
Nada. Absolutamente nada.
Só mais um post vazio, que não diz muita coisa.
Particular o suficiente pra soar idiota pra qualquer um, mas não pra mim.

Por um momento deixei a música de lado, e tentei adivinhar o que seria do meu futuro. Ano novo, uma vida completamente nova: faculdade. Em breve nem meu quarto será mais o mesmo!
E essas não são as únicas mudanças acontecendo, tenho me deparado com muitas outras que às vezes me custam algumas horas de sono. Mas isso não importa.

O que importa mesmo é que parei pra pensar no ano que passou. Cliché, e talvez um pouco tarde. Mas gostei de muito do que lembrei.
Tá certo que o ano começou com alguns acontecimentos inesperados, e não dos mais felizes... mas eles se transformaram em parte do que sou hoje... E, por mais prepotente que soe, estou orgulhosa da pessoa que estou me tornando.

Depois da tempestade, vem a bonança. E veio. E foi aí que me aproximei de pessoas que agora são muito importantes, dessas que você diz que quer pra sempre, e conheci outras que são vitais pra parte divertida da vida.

Nesse mesmo momento aprendi que as pessoas são muito mais do que se pode ver. E que, não importa o que digam, elas mudam sim! Aprendi a ver o melhor de cada um por quem passei.
E assim também aprendi que às vezes vejo 'bem' demais, e que não ser tão bom assim é normal

A verdade é que foi um ano de evolução e surpresas. E com certeza algumas das melhores memórias que vou carregar comigo pelo resto da vida.

Talvez alguém se identifique com o que eu disse, talvez alguém que ler vai ver que foi citado logo acima... etnetoperpajesoansam

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Hoje é sexta-feira

Amanhã é sábado
e ontem foi quinta-feira
por isso hoje é sexta-feira!
Juro!

Pena que tá um tédio!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Eu quero ver a lua

Eu quero ver a lua. E quero de volta todas as lembranças boas que ela levou de mim. Quero olhar pro céu à noite e sorrir como se fosse à toa. Trazer à tona os sentimentos mais reconfortantes, reviver os melhores momentos, rever os rostos  mais seguros pro meu ser.
Quero que  a lua me traga de volta o brilho das madrugadas que ela levou embora. A vontade de caminhar até o amanhecer, de sentir a brisa gelada da noite no rosto, de fechar os olhos e deixar  imaginação tomar conta da mente.
Quero de volta o prazer de sonhar acordada, de realizar o impossível.
Eu quer ver a lua.