Por um momento desviou o olhar do horizonte e das árvores, e percebeu que, em meio a alguns arbustos, havia outra estrada. Uma estradinha estreita, com árvores debruçadas sobre o caminho, como uma capela. A terra era coberta pelas vívidas cores das pétalas caídas, e era possível ver alguns passarinhos comendo as frutas que estavam no chão. O ar era mais fresco, pois lá batia menos sol, mas a brisa não era tão macia.
Estava parada, olhando hora entre os arbustos, hora para a larga estrada de terra. Perguntava-se se deveria mudar de caminho. Estava indecisa, gostava muito do horizonte longo, mas também gostava muito das flores. Era difícil escolher, os dois caminhos pareciam tão bons e seguros. Como saber qual seria o melhor?
Por fim, decidiu tomar aquele mais estreito. Fitou-o bem por uma última vez antes de voltar a andar. Deu um longo suspiro, preparou-se para retomar sua caminhada. Foi quando um vento muito forte bateu, percorreu todo o corredor formado pelas arvores, levantou tanta poeira, que foi necessário fechar os olhos por alguns segundos. Quando os abriu novamente, as pétalas haviam sido varridas para longe, e em seu lugar haviam apenas folhas secas e acinzentadas. Uma leve tristeza lhe apertou o coração, lamentou por um momento.
Andava novamente na larga estrada de terra, observando a leve poeira, ouvindo o cantar dos pássaros, e imaginando como seria andar por uma outra estrada.