quarta-feira, 22 de abril de 2009

Angústia

Estranho isso, estranho como dói esperar por algo bom.

Talvez seja a certeza.

Saber que amanhã vai dar tudo certo, tudo vai ter solução. É só fechar os olhos e dormir, que na manhã seguinte não há mais nada com o que se preocupar.
Mas o sono não chega, as cobertas nunca ficam confortáveis, o travesseiro já não é mais tão macio, os olhos se abrem... assim começa a madrugada interminável.

O pior é que as horas passam, o sol está cada vez mais perto de reaparecer no horizonte, mas ainda assim, parece que a noite está estática. Parece que o vento não sopra. Parece castigo.

Quando o cansaço fica maior que a ansiedade, os olhos começam a piscar, cada vez demora mais para se abrirem de novo e voltarem a olhar a escuridão do quarto. Nesse momento os sonhos começam, e logo depois os pesadelos, o medo da certeza não ser tão certa assim. Semicerrados e então, abertos.

Por todas as paredes, lembranças. A cabeça não pára de pensar, e a madrugada só se estende ainda mais.

Fica tão longa que parece matar aos poucos, matar de saudade, de ansiedade. De medo que a manhã nunca chegue.